terça-feira, 22 de maio de 2007

A lenda dos pitos de Santa Luzia

Os pitos de Santa Luzia, uma casualidade da «gula».

Os pitos de Santa Luzia que, a seguir aos pastéis de toucinho-do-céu, são os que mais se vendem, têm também berço no Convento de Santa Clara. Desta vez foi Maria Ermelinda Correia, mais tarde irmã Imaculada de Jesus, quem lhes deu forma e paladar. Feitos de doce de abóbora, os pitos foram consagrados a Santa Luzia, padroeira das coisas da vista, da qual Maria Ermelinda Correia se tornou devota, e que ainda hoje é lembrada com uma festa a 13 de Dezembro, na capela de Vila Nova, em Folhadela.
Ermelinda foi mandada para o convento pela família, na esperança de verem "curado" o seu pecado da gula. Estando encarregue de tratar os enfermos, principalmente os que sofriam de contusões e inchaços nos olhos, Ermelinda utilizava como remédio os "pachos de papas de linhaça". Estes eram «uns quadrados de pano cru onde se colocava a papa, dobrados de pontas para o centro para não verter a poção», que se punham sobre os olhos dos doentes. Ermelinda viu neles a solução para voltar a comer os doces proibidos: fez uma massa de farinha e cortou-a em pequenos quadrados; de seguida fez uma compota de calondro (abóbora) com a pequena ração de açúcar que lhe cabia e preparou os doces à semelhança dos "pachos". A Madre Superiora, que via muito mal, não deu por nada e foi assim que Ermelinda começou a fazer regularmente estes doces, que assim chegaram até nós.

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